14 de janeiro de 2021

10 anos de pesquisa de magistrado resulta em acervo do Museu do Judiciário

Juiz Claudemiro Avelino também lançou obra sobre todos os desembargadores do TJAL

 

 

O trabalho de 10 anos de pesquisa do juiz Claudemiro Avelino sobre a história da Justiça em Alagoas resultou no acervo do Centro Cultural e Memória do Poder Judiciário de Alagoas, inaugurado na última quarta-feira (13). O prédio foi entregue pelo presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), desembargador Tutmés Airan de Albuquerque, e será aberto ao público de forma gratuita após liberação das autoridades sanitárias.

”Acho que é uma obra muito significativa porque é reveladora. Ela revela uma parte importantíssima da história de Alagoas e do Brasil sobre a ótica dos juízes, ou seja, sob a ótica de quem decidia. Nós temos aqui fatos marcantes que precisam estar registrados e precisam se transformar em fatos inesquecíveis para que as próximas gerações aprendam com os nossos acertos e, sobretudo, com os nossos erros para não repetir no futuro. A ideia é de registro e por ser assim é pedagógica, porque, enfim, os homens precisam e devem aprender sempre”, expressou o desembargador.

Curador do centro cultural e responsável por grande parte do acervo, o magistrado Claudemiro Avelino falou sobre os mais de 10 anos de sua pesquisa e dedicação à história do Poder Judiciário alagoano e destacou a importância de salvar e repassar essas memórias.

”É um sonho antigo e nós finalmente conseguimos presentear a sociedade alagoana com esse espaço cultural vivo, dinâmico e que nós temos a pretensão de fazer crescer. Hoje não foi só o lançamento do centro de cultura, mas também o lançamento da obra literária resgatando a historiografia de todos os desembargadores que já atuaram no TJAL. São informações para mais de 100 anos, nós pesquisamos um a um, conseguimos as imagens de todos os desembargadores e um pouco da história desses homens que entraram nesta casa para fazer Justiça na Alagoas”, revelou o juiz.

A pesquisa contará ainda com um segundo momento que tratará da história das comarcas de Alagoas, destacando a passagem de juízes e promotores que atuaram nessas unidades. Já a terceira etapa, que resultará na publicação do último livro da série, irá apresentar a história da Justiça em Alagoas, passando pelos três períodos: colônia, império e república. Segundo o juiz, a previsão é de que as duas obras sejam lançadas ainda neste ano.

“Essa ideia cumpre a missão de resgatar da nossa memória fatos importantíssimos da nossa história, que estavam perdidos. O Tribunal existe desde 1892, mas só tínhamos informações de 1920 para cá. A pesquisa que eu iniciei há mais de anos, foi buscar as informações principalmente desse período que não haviam registros e foi isso que possibilitou a criação dessas obras”, destacou o magistrado.

Irina Costa, coordenadora do Centro Cultural e Memória, explicou que enquanto a visitação presencial não é permitida devido aos cuidados com a Covid-19, o Judiciário viabilizará um site para o público conhecer o museu. A servidora também contou que o centro também tem possibilidade de crescer com a continuação da pesquisa por outros documentos históricos.

”Uns dos grandes atrativos desse centro é justamente a interatividade e a inovação. Não existe aqui em Alagoas um espaço ou museu com essa tecnologia. Nós estamos trazendo maquete 3D, holográfica onde você tem som e história. Em outra parte, as pessoas poderão tirar uma selfie com um personagem da história, como Marechal Deodoro”, informou.

Segundo o presidente Tutmés Airan, o museu coroa toda a sua gestão e sua concepção do papel do Judiciário na vida das pessoas. ”Para mim, fazer Justiça é abrir as portas do Tribunal para quem mais precisa dele, é ser extremamente produtivo porque nós devemos isso à sociedade que paga os nossos salários, é estar sintonizado com os novos tempos tecnológicos e saber se reinventar em face desses novos tempos até para produzir mais, é estimular a própria construção das decisões pela via da negociação, mediação e conciliação. Fazer justiça é fazer esse registro para que as nossas pegadas não se percam no caminho, porque se elas se perderem é como se tivéssemos caminhado sem direção, inutilmente”, finalizou.

 

 

 

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *